Pesquisar este blog

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

08 de Dezembro - Dia da Família



"Amor de família é a coisa mais inexplicável do mundo, nem um pai consegue dizer para um filho o quanto o ama, nem o filho sabe dizer ao pai, então simplesmente demonstram."


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

ABERTURA NATAL XANXERÊ 2014

Canoas, ventos e mares: Décimas

Estamos divulgando a obra Canoa, Ventos e Mares de Laerte Tavares, lançado pela Ed. UNISUL de Santa Catarina...
 Sinopse
Canoas, ventos e mares: Décimas.

Resgate das décimas do cancioneiro ibero-português, muito usadas no Século XVI, por Camões, inclusive no além mar e que no litoral de santa Catarina eram muito apreciadas, declamada e também produzidas até 1950. Depois disso elas perderam-se ao esquecimento atual. Com esse tipo de composição literária, em dez versos por estrofes, foram resgatadas antigas histórias e causos dos habitantes do litoral de Santa Catarina, a maioria pescadores artesanais, e mais especificamente da região de Armação do Itapocoróy, Penha – comunidade com mais de trezentos anos. Grande parte delas, são histórias verídicas, mas há também os causos contados por pescadores, muito criativos. Consta no livro a famosa mentira de pescador, em cuja criação de patos que possuía, houve uma pata que chocou ovos de tartarugas e eclodindo, os filhotes acompanhavam a pata em seus passeios e atividades, a nado ou em terra, só não voavam.... Mas a principal história é real. Trata-se de grande tempestade enfrentada no mar por um capitão de longo curso de navio à vela, aposentado e velho, que estava a ensinar dois garotos na arte de marinharia e pesca, quando foram surpreendidos por feroz tormenta em que o velho debilitado, já não mais dava conta do recado e um dos garotos toma o comando com bravura hercúlea, iça vela rota, restabelece estabilidade, leme e lastro, trazendo a canoa aos pedaços até o porto, cansado a ponto de quase desfalecer. O causo mais hilariante, é o de dois pescadores que por ocasião da pesca de tainha, compraram um garrafão de cachaça para vender a colegas destacados em praia deserta e que no caminho, dado o frio e como um deles tinha uma moeda no bolso, comprou do amigo uma dose do liquido ao que o outro depois veio a comprar a sua dose com a mesma moeda, consumindo, ambos, toda a aguardente no caminho. Linda história é a de um pescador que foi arrastado com embarcação, ao meio do oceano por forte vento oeste e um navio norueguês em travessia a seu continente, o levou até a Noruega, trazendo-o de volta meses depois. São muitas histórias de pescadores mentirosos; tesouros enterrados; de casos sobrenaturais;  alcoólatras; curandeiro quase santo; de uma pombeira que vendia um falso pau afrodisíaco para chás e fazia a sua propaganda tirando versos na viola, referentes ao pau milagroso, em que cada verso é mais hilário que o outro – é muito engraçado. São dezessete histórias diferentes.
Organizador: Laerte Tavares.
Ano: 2014
Páginas: 189


 http://www.editora.unisul.br/products.php?product=Canoas%2C-ventos-e-mares%3A-D%E9cimas

 https://www.facebook.com/EditoraUnisul

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL? SIM OU NÃO?





Sandra Bozza
www.sandrabozza.com.br
Devemos alfabetizar antes dos seis anos?
Não é prejudicial ao desenvolvimento da criança introduzi-la muito cedo no mundo da escrita?
Quando devemos iniciar o processo de alfabetização?
Depende de como concebemos a alfabetização.
Se o conceito que temos é aquele no qual a alfabetização é tomada como a aquisição do código escrito, cujo princípio norteador está vinculado à concepção estruturalista de linguagem e à concepção inatista e/ou ambientalista de aprendizagem, a resposta a esses quesitos, obviamente, seria não, pois antes dos seis anos as estruturas mentais do indivíduo não possibilitariam a ele a apropriação significativa das estruturas escritas da linguagem. Em outras palavras, as crianças, em função de seu desenvolvimento cronológico, não teriam maturidade suficiente para aprender operações tão complexas.
 Se, ao invés disso, entendemos a alfabetização como aquisição da língua escrita, a resposta óbvia seria sim. Desde o nascimento! Essa seria a resposta mais coerente com a concepção sócio-histórica de linguagem e aprendizagem que temos estudado e defendido.
Se nossas crianças nascem em uma comunidade letrada, desde seus primeiros contatos (sistemáticos ou não) com a escrita já estão sendo alfabetizadas e as noções adquiridas sobre a escrita contribuem para que ela elabore conceitos fundamentais para a leiturização, como por exemplo, para que serve a escritao que a escrita representa e onde podemos utilizá-la. 
No entanto, conceber a aquisição da escrita por essa via pressupõe o estabelecimento de uma definição do termo alfabetização, aqui empregado como sinônimo de letramento, e não somente como aquisição do código gráfico.
Na acepção aqui abordada, o termo alfabetização é tomado como a aquisição da língua escrita, sendo, por esse motivo, a apropriação escrita de uma unidade de sentido da linguagem que é o texto. O texto em seu caráter dialógico, através do qual o sujeito lê, compreende e representa o mundo em suas relações societárias. O texto em seu caráter discursivo, por meio do qual o sujeito toma conhecimento e assume posições perante fatos sociais. O texto em seu caráter literário, onde tudo é permitido e onde viver não obedece a regras pequenas como a dos homens. Enfim, o discurso produzido historicamente e materializado através da palavra escrita. Ou, uma compreensão da linguagem escrita como algo vivo e eminentemente político. A que assume a mesma importância que a fala para Bourdieu: “A linguagem não é utilizada somente para veicular informações (…). O poder da palavra é o poder de mobilizar a autoridade acumulada pelo falante e concentrá-la num ato linguístico”.
Dessa forma, dada a sua importância e a sua necessidade, o que pretendemos defender é que esse processo inicie o mais cedo possível, pois, nesta perspectiva, a aprendizagem precede o desenvolvimento, isto é, para se desenvolver é preciso aprender, inclusive a ler e a escrever, e não o contrário: não há necessidade de se aguardar a maturidade. É preciso produzi-la.  E produzir maturidade significa mobilizar processos intencionais de mediação.
Todavia, ainda são inúmeras as vozes que se alteiam defendendo o fato de que é preciso respeitar o tempo de cada criança, de que é prejudicial iniciar um trabalho tão complexo como esse, sem antes preparar a criança com exercícios de psicomotricidade ou, ainda, que existem conceitos mais elementares a serem ensinados antes de se ensinar a ler e a escrever.
O que temos percebido sobre essa polêmica é que existem duas vertentes daqueles que se declaram contrários a alfabetizar na educação infantil: ou as pessoas acreditam na maturidade como resultante do desenvolvimento bio-cronológico e não admitem queimar etapas tidas como imprescindíveis ao desenvolvimento infantil ou concebem o desenvolvimento como construção espontânea e, portanto, sem necessidade de mediação, cuja atuação desvirtuaria o processo em andamento, pois o aluno deve aprender testando suas hipóteses.
De qualquer forma, o que é preciso ficar registrado, neste momento, é que também condenamos a mecanização de letras, sílabas e palavras sem a compreensão por parte da criança do que elas representam. Isso, de fato, seria exigir uma habilidade que pouco contribuiria para o desenvolvimento da competência linguística que se pretende e, consequentemente, para o desenvolvimento intelectivo da criança.
O que pretendemos clarear nesse espaço é o fato do ensino da linguagem escrita ser muito mais amplo do que o trabalho de ensinar a traçar símbolos e a estabelecer a correspondência gráfico-sonora (letra/som) entre os mesmos. A apropriação da língua escrita, bem como a compreensão de seu funcionamento, necessita muito mais do que o simples desenvolvimento da motricidade e da memorização. Muito antes de escrever ortograficamente, o aprendente da escrita precisa consolidar conceitos linguísticos básicos, que ousamos arrolar a seguir:
  • Função social: para que serve a escrita, onde é utilizada, qual sua importância social, quem a utiliza, de que forma os diferentes segmentos sociais a utilizam…
  • Relação oralidade/escrita: que a escrita é a representação da fala, isto é, que tudo que se fala pode ser escrito e vice-versa.
  • Ideia de representação: que é possível representar o mundo físico e abstrato através de diferentes linguagens: gestos, desenhos, dobradura, fotografia, filme, escultura, modelagem etc. Enfim, explicitar o conceito de que representar é utilizar um símbolo no lugar de algo.
  • Sistema de representação: a escrita é uma representação de segunda ordem. Não representa diretamente o objeto (ou ideias). Ela é uma representação dos sons que compõem as palavras que nomeiam os objetos/ideias.
  • Diferença entre as linguagens: que apesar de uma ser a representação da outra, cada linguagem tem leis próprias e que devem ser respeitadas para que o ato interativo se efetive através da escrita.
  • Direção escrita: que se escreve, no mais das vezes, da esquerda para a direita e de cima para baixo.
  •  Alfabeto como conjunto próprio da escrita: com apenas 26 letras pode-se escrever qualquer palavra.
  • Outros sinais gráficos da escrita: que com apenas as letras é impossível veicular ideias. São necessários sinais diacríticos (de acentuação, pontuação e gráficos).
  • Espaçamento: embora seja a representação da fala, a escrita necessita de espaçamento entre as palavras, fato que na oralidade não existe: fala-se em fluxos contínuos e os segmentos sonoros são determinados pela unidade de sentido, separados por pausas e não pelas palavras.
  • Unidade temática: que todo texto se propõe a discorrer sobre aspecto específico e com intenção determinada.
  • Unidade estrutural: que dependendo da intenção e do tema, a forma do texto tende a apresentar uma estrutura específica, determinando o gênero especial do mesmo.
Esses conceitos são tidos como imprescindíveis para que o sujeito elabore uma base sólida para o letramento.  Letrar-se é uma condição indispensável à inserção do sujeito em uma sociedade cujas bases se respaldam, principalmente, nas atividades escritas. Se a escola prima por uma aprendizagem significativa, viva e dinâmica, não há como essa instituição se imiscuir de iniciar o processo de letramento desde a fase berçária da criança. Ou seria impossível cantarmos, lermos histórias, apresentarmos livros e materiais escritos para esses bebês? E o que seria isso que não a introdução deles no mundo letrado?
“Ah! Mas isso é diferente!” poderiam arguir alguns.
Por quê? Por acaso os bebês somente ouvem, são passivos, não agem sobre esse ato dialógico? Eis aí mais um conceito a ser clarificado. Nenhum ouvinte é passivo. Ainda que completamente calados ou lacônicos, sempre haverá interação entre ouvinte/leitor, texto/discurso e falante/autor.
O ato de ouvir (seja música, ordens, adivinhas, notícias ou uma história) coloca em prontidão e exercício todas as capacidades superiores do cérebro: memória, atenção voluntária, inferência, abstração, generalização e a própria linguagem. Essas capacidades, uma vez ativadas, não só ampliam significativamente o potencial cerebral, como, acima de tudo, consolidam habilidades que servirão como base de referência para a aquisição de habilidades mais complexas. E esse processo, de caráter espiral e infinito, tende a se repetir e aprofundar-se conforme o nível de mediação nele presente.
Não somente pesquisas acadêmicas, mas nosso acompanhamento ao trabalho de babás, atendentes e educadores infantis, tem comprovado que as práticas de leitura e contação de histórias, de recitação de quadrinhas, adivinhas e parlendas e a cantoria de músicas de agradável melodia têm se mostrado eficazes no que diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de atenção e comunicação de crianças cada vez mais novas. Da mesma forma, a intimidade das crianças com material escrito e o manuseio de diferentes portadores de textos, sempre mediados por aqueles que leem ou escrevem por/para elas servem de base para seus gestos quando em atividades gráficas coletivas ou individuais.
Quanto às crianças de quatro a seis anos, quando têm suas atividades sobre a escrita organizadas em torno do eixo USO > REFLEXÃO > USO, isto é, quando o objeto de estudo é retirado do cotidiano social (USO), refletido em suas diferentes instâncias (código/forma e significado/ideia – REFLEXÃO) e devolvido à sociedade sob a forma de escrita (USO), mesmo que coletivamente, estarão formando um bom lastro para a caminhada infinda da aprendizagem da língua escrita. Em outras palavras: em qualquer fase da educação infantil (como de resto de todo ensino) podemos ler e escrever pela criança, para a criança e com a criança. Até que ela consiga fazer isso sozinha.
Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais (vol. 2) afirmam que para aprender a ler é preciso: pensar sobre a escrita; pensar sobre o que a escrita representa; pensar como a escrita representa graficamente a fala. Para isso, o aluno precisa ler, embora ainda não saiba ler e escrever, apesar de ainda não saber escrever. Talvez se origine desse conceito a insistência que se percebe em algumas propostas curriculares quanto à prática do texto coletivo (a professora como escriba do aluno) e à prática intensa da leitura oral, feita pelo professor, com ritmo, fluência e entonação adequados.
Em nenhuma das atividades supracitadas é exigido da criança que ela escreva ortograficamente ou leia com fluência. O que está proposto é que ela viva imersa no mundo da escrita para que possa perceber sua importância, sua utilidade na sociedade e vá compreendendo, com o uso, seu funcionamento.
Desta forma, sensibilizada para a importância da escrita e para a possibilidade de interagir socialmente através dela, é da criança que parte a necessidade (por muitos tida como curiosidade natural) de perguntar cada vez mais frequentemente sobre os fatos linguísticos: Como eu faço tal letra? Como se escreve tal palavra? É com X ou com CH? Como se escreve o nome da vovó? O que está escrito aqui (alguns rabiscos ou letras traçadas aleatoriamente pela criança no papel)?
A nosso ver, elas só chegam a esse estágio de questionamento se consolidaram os conceitos supracitados e sentem a necessidade de avançar. Percebem a possibilidade e a riqueza de ampliarem seus domínios e horizontes por meio da leitura e da escrita. Esse fato trará como resultado um progresso intenso do processo alfabetizador, bem como a ampliação intelectiva facilmente constatada pela capacidade de estabelecer relações, da rapidez no raciocínio lógico, da facilidade de abstração e da memorização e a ampliação da linguagem oral.
Por essas e por outras questões que não puderam ser contempladas neste espaço de discussão (como o ingresso e a permanência da criança na escola) é que não acreditamos precoce se alfabetizar na educação infantil. E nossa práxis com essa faixa etária nos comprova que todas as outras habilidades, atitudes e necessidades poderão ser trabalhadas simultaneamente às ações de alfabetizar.
Para finalizar, é interessante salientar que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (vol. 3, pág. 131) aponta para essa direção, principalmente em seus objetivos, não só para crianças de quatro a seis anos, como também para os de zero a três anos de idade. Da mesma forma, sua concepção de aquisição da linguagem escrita, reitera essas questões quando afirma:
… a aprendizagem da linguagem escrita é concebida como:
  • A compreensão de um sistema de representação e não somente como aquisição de código que transcreve a fala;
  • Um aprendizado que coloca diversas questões de ordem conceitual, e não somente perceptivo-motoras, para a criança;
  • Um processo de construção de conhecimento pelas crianças por meio de práticas que têm como ponto de partida e de chegada o uso da linguagem e o livre trânsito pelas diversas práticas sociais de escrita.”
Assim, o que gostaríamos que tivesse ficado clara é a possibilidade, bem como a necessidade, colocada pela sociedade e pelos avanços teóricos nas áreas da Psicologia e da Linguística a respeito desta desnecessária celeuma: é possível e necessário se alfabetizar na educação infantil.  Outro intento nosso, que subjaz ao primeiro, seria a conclamação dos educadores, agora não só da educação infantil, para uma grande e coerente mobilização para a melhor compreensão de que seja, de fato, ensinar a ler a escrever. Para tanto, respaldamo-nos mais uma vez em Vygotsky quando afirma “Se quiséssemos resumir todas essas demandas práticas e expressá-las de uma forma unificada, poderíamos dizer que o que se deve fazer é ensinar às crianças a linguagem escrita e não apenas a escrita de letras”.
Sandra Bozza
Mestre em Ciências de Educação
Professora de Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa
Autora de livros técnicos e didáticos
Formadora de Educadores em Língua Portuguesa, Avaliação e Leitura

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dia Nacional do Livro



O livro é um meio de comunicação importante no processo de transformação do indivíduo. Ao ler um livro, evoluímos e desenvolvemos a nossa capacidade crítica e criativa. O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o “Dia Nacional do Livro”, por ser a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil. A Biblioteca Nacional foi transferida para o Brasil em 29 de outubro de 1810 e essa passou a ser a data oficial de sua fundação. O Brasil passou a editar livros a partir de 1808 quando D.João VI fundou a Imprensa Régia e o primeiro livro editado foi "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga.

Teacher


15 de Outubro - Dia do professor

Poema ao professor

Acorda cedo, sai às pressas
para chegar na hora certa,
ele é o professor.
Na escola ele ensina:
Geografia, Português,
Matemática, História, Inglês
e espera o resultado
em ver todos aprovados.
Ele é o professor.
Se dedica com amor
à profissão que abraçou,
pois desde cedo queria
ter um espaço na vida
e ser um grande professor.
Aqui fica o meu recado,
por tudo, muito obrigado,
pelo que foi ensinado
por você, meu professor.
Autoria desconhecida

domingo, 12 de outubro de 2014

Ser criança... 12 de Outubro

Ser criança é achar que o mundo é feito de fantasias, sorrisos e brincadeiras. 
Ser criança é comer algodão doce e se lambuzar.
Ser criança é acreditar num mundo cor-de-rosa, cheio de pipocas.
Ser criança é olhar e não ver o perigo. 
Ser criança é sorrir e fazer sorrir. 
Ser criança é chorar sem saber por quê.
Ser criança é querer ser feliz. 
Ser criança é se esconder para nos preocupar. 
Ser criança é errar e não assumir o erro.
Ser criança é pedir com os olhos. 
Ser criança é derramar uma lágrima para nos sensibilizar. 
Ser criança é isso e muito mais.
É nos ensinar que a vida, apesar de difícil, pode tornar-se fácil com um simples sorriso. 
É nos ensinar que criança só quer carinho e afeto. 
É nos ensinar que, para sermos felizes, basta apenas olharmos para uma criança.

Fonte: Autoria desconhecida

Ao aproximar-se do dia 15 de Outubro

Ao discorrer sobre o pensamento de Carl Rogers e Paulo Freire, Gadotti (1996: 91) afirma que a educação deve ter uma visão do aluno como pessoa inteira, com sentimento e emoções.
Sabe, por ventura, a Psicologia, que se preocupa tanto com o aluno, que o professor também é uma pessoa inteira, com sentimentos e emoções? Ou pelo menos que é uma pessoa? Ao que me consta, o professor tem família, paga aluguel quando não possui casa própria, enfrenta problemas financeiros por ser mal remunerado, cansa-se por ter de trabalhar mais de quarenta horas semanais (1), adoece, cuida dos(s) filho(s), fica triste e angustiado, chora perdas irreparáveis, sofre por não ter condições de dar ou proporcionar ao(s) filho(s) o que gostaria...
Somados a tudo isso, há também a falta de respeito de alunos, humilhações na sala de aula, frustrações por não conseguir realizar um bom trabalho (2), sente o coração ser dilacerado diante de situações inconcebíveis que lhe são proporcionadas por alunos e/ou colegas, sente os nervos à flor da pele (como todo ser humano normal) devido à indisciplina e à rebeldia dos alunos. Enfim, por ser uma pessoa inteira, um ser humano, tem sentimentos e emoções.
Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante (CF, artigo 5º, Inciso III).
Entende-se por tortura todo e qualquer tipo de suplício (punição corporal) ou tormento (angústia, aflição) (Ferreira, 1988). Apesar de alguns professores serem submetidos, não raras vezes, a torturas físicas provenientes de alunos, vou ater-me aqui somente no que se refere à tortura psicológica, muitas vezes pior que a outra, pois pode provocar uma destruição psicológica da vítima. Isso se dá por meio de palavras aparentemente inofensivas, alusões, sugestões ou não-ditos, as quais podem desequilibrar uma pessoa, ou até destruí-la (Hirgoyen, 2003: 11).
O que eu quero denunciar aqui é que é crime o que fazem com nossos professores dentro e fora da sala de aula por esse Brasil a fora. Tenho certeza absoluta de que, dentre os cerca de dois milhões de docentes de nosso país, grande parte tem enfrentado esse tipo de problema. Segundo Zagury (2006: 87), 44% de nossos professores encontram dificuldades na sala de aula porque os alunos não têm limites, são rebeldes, agressivos, faltam com respeito. Isso representa aproximadamente 880.000 professores. É uma quantidade bastante significativa. Provavelmente todos eles tenham sido submetidos a tratamento desumano ou degradante, uma ou várias vezes ao longo de seu magistério.
Cinismo, ironia, julgamentos malévolos acompanham boa parte dos alunos de 8ª série do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio, principalmente da burguesia e da pequena burguesia. Filhinhos paparicados que se guindam a patamares dentro dessa sociedade fortemente hierarquizada, e que enxergam os professores como um bando de pobres, sem perspectiva ou qualificação, uma gentalha que pode e deve ser tratada como tal... (Donatelli, 2004: 168).
Notas:
1. Quarenta horas somente dentro da sala de aula, e em várias escolas, pois em casa ainda elabora e corrige testes e provas, trabalhos, etc.
2. Impedido pelo sistema educacional e/ou pelos próprios alunos ou pela escola.

Referências Bibliográficas:
GADOTTI, Moacir (Org.). Paulo Freire: uma bibliografia. São Paulo: Cortez Editora, 1996.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
ZAGURY, Tânia. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2006.
DONATELLI, Dante. Quem me Educa? A família e a escola diante da (in)disciplina. São Paulo: Arx, 2004.

*Extraído do livro "A arte da guerra para professores"

Todos precisamos abraçar esta causa!

À estas lindas guerreiras que muito nos orgulham pela garra e alto astral, dedicamos com carinho um soneto em especial...


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Alfabeto Angelical

Gostaria de apresentar a todos os que ainda não conhecem o livrinho “Alfabeto Angelical” que é um material simples, mas que traz excelentes versos rimados e bem criativos. Com lindas ilustrações do aluninho Arthur estudante do 3º ano. Aqui em Xanxerê ele está a venda na papelaria O Cadernão e nas redes das livrarias Livros e Livros num valor bem acessível.


 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Um pouco de aprendizado.....

DEBAIXO DO TAMARINDO  


No tempo de meu Pai, sob estes galhos,
Como uma vela fúnebre de
cera,
Chorei bilhões de vezes com a
canseira
De inexorabilíssimos
trabalhos!

Hoje, esta árvore, de amplos agasalhos,
Guarda, como uma caixa
derradeira,
O passado da Flora
Brasileira
E a paleontologia dos
Carvalhos!

Quando pararem todos os relógios
De minha vida, e a voz dos necrológios
Gritar nos noticiários que eu morri,

Voltando à pátria da homogeneidade,
Abraçada com a própria Eternidade
A minha sombra há de ficar aqui!

Augusto dos Anjos

Em recuperação

Artigo publicado no Jornal O DIA/RJ no dia 14/set/2014.

Júlio Furtado

 
Saiu o resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira relativo ao ano de 2013 e os resultados são indicativos de várias conclusões, sendo a principal delas a de que os problemas aumentam com a idade. No primeiro segmento do Ensino Fundamental que engloba as cinco primeiras séries, com algumas exceções, os resultados estão dentro ou acima do esperado, tomando-se como referência as metas para 2020. No segundo segmento do Fundamental (6º ao 9º ano) e no Ensino Médio, ficamos abaixo da meta intermediária estabelecida para 2013.
Estamos conseguindo fazer nossas crianças aprenderem mais e melhor, mas ainda não conseguimos esse feito com nossos adolescentes e jovens. A frequência de conflitos entre professores e alunos no segundo segmento do Fundamental somada aos índices de reprovação revelam uma escola que não consegue fazer com que adolescentes com idades entre 11 e 15 anos aprendam o mínimo necessário nessa etapa educacional. O principal desafio dos professores nessa fase é usar, em sala de aula, uma metodologia que desperte o interesse e a atenção desses alunos. A superação desse desafio passa pela utilização da tecnologia e pela abordagem dos conteúdos através de linguagens e contextos de interesse dos estudantes.
No Ensino Médio o desafio é maior. Além da questão metodológica e da inserção da tecnologia na sala de aula, esse segmento precisa ser reformulado para atender aos principais interesses dos jovens de 15 a 18 anos, em especial a iniciação para o trabalho. Desde a primeira medição do IDEB em 2005, a média nacional do Ensino Médio nunca ultrapassou os 4,0 pontos, numa escala de 0 a 10. Somemos a isso as elevadas taxas de repetência e de evasão encarada pelo segmento, que experimentou um aumento nos últimos anos. É preciso reformular o currículo, oferecer formação continuada aos professores com ênfase em métodos didáticos mais efetivos e criar meios de diagnosticar e trabalhar as deficiências dos alunos antes que se tornem irreversíveis e alimentem os índices de reprovação.
De forma geral, estamos em Recuperação. Numa escala de 0 a 10, o Brasil tirou nota 5,2 do 1º ao 5º ano e 4,2 do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. No Ensino Médio, amargamos uma nota 3,7. Nesse contexto, só nos resta comemorar a elevação de alguns décimos e ficarmos atentos, pois numa escola de média 6,0 estaríamos reprovados em todos os segmentos.